Em 2024, a pecuária brasileira navegou por desafios e oportunidades. À medida que o setor se adapta às demandas do mercado, a sustentabilidade e a inovação surgem como caminhos essenciais.
Em 2024, a pecuária de corte brasileira vivenciou mudanças e tendências significativas, refletindo o comportamento do ciclo pecuário, as variações no mercado interno e as robustas exportações. O ano foi marcado por um aumento considerável no abate de fêmeas, indicando uma fase de descarte maior e uma recomposição dos rebanhos temporariamente reduzida. Essa dinâmica foi impulsionada pela busca de liquidez financeira por parte dos pecuaristas e pela alta demanda do mercado interno e externo.
A arroba do boi gordo valorizou-se de forma expressiva, alcançando níveis elevados em comparação aos últimos dois anos. Essa valorização foi atribuída à restrição na oferta de animais prontos para abate e à crescente competitividade entre os frigoríficos para atender às exigências de exportação. Adicionalmente, a arroba brasileira se manteve atraente no mercado internacional, reforçando a posição do Brasil como líder global na exportação de carne bovina.
As exportações de carne bovina brasileiras atingiram recordes em 2024, tanto em volume quanto em receita, totalizando cerca de 3,3 milhões de toneladas. A China continuou sendo o principal destino, mas houve uma expansão para outros mercados, como o Oriente Médio e países asiáticos emergentes. Essa demanda externa sustentou os preços e impulsionou a produção em estados como Mato Grosso e Goiás.
Apesar do crescimento nas exportações, a oferta de carne no mercado interno foi beneficiada pela maior participação de fêmeas no abate, o que ajudou a conter os preços para os consumidores brasileiros, mesmo com a valorização da arroba. Assim, até dezembro, o setor se apresentou fortalecido, respaldado pela demanda externa, ajustes estratégicos no ciclo pecuário e preços competitivos no mercado global.
Consequentemente, devido ao cenário apresentado acima, em 2024, os pecuaristas se beneficiaram de margens mais atrativas impulsionadas pela demanda crescente por carne bovina de qualidade, tanto no mercado interno quanto nas exportações.
Vale destacar que o avanço das tecnologias, como o uso de suplementos nutricionais, o monitoramento avançado do rebanho e a as constantes evoluções das misturadoras de ração, auxiliam na redução dos custos e aumento da produtividade, permitindo aos pecuaristas investimentos em suas operações e um ciclo de crescimento sustentável e lucrativo.
Um ano atípico para o setor lácteo…
Por outro lado, 2024 foi um ano atípico para o setor lácteo, devido a adversidades climáticas e comportamentos inesperados de mercado. Enchentes no Sul, especialmente em maio, impactaram negativamente a safra, resultando em um crescimento modesto de 0,8% na captação formal de leite no segundo trimestre.
A seca prolongada e as queimadas nas regiões Sudeste e Centro-Oeste atrasaram a recuperação da produção. Com o início tardio das chuvas, espera-se uma recuperação mais acentuada na produção nessas regiões nos últimos meses do ano, enquanto o Sul inicia sua tradicional redução sazonal, limitando aumentos mais significativos na oferta nacional.
No mercado, os preços ao consumidor final apresentaram uma alta atípica até outubro, chegando ao limite do poder de compra dos brasileiros. Isso resultou em menor demanda, estoques elevados nas indústrias e pressão para redução nos preços ao produtor. A reta final de 2024 deve ser marcada por um aumento da oferta, mesmo que o crescimento possa ser menor do que o esperado por alguns especialistas. Os consumidores devem continuar buscando valores mais baixos nas prateleiras dos supermercados, gerando pressão constante sobre os preços.
E quais são as tendências para 2025?
Após esse resumo sobre a pecuária de corte e leite em 2024, é importante explorar as principais tendências que devem influenciar as atividades no ano vindouro, segundo formadores de opinião.
Na carne bovina, práticas regenerativas, como a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF), devem ser ainda mais adotadas, contribuindo para a mitigação das emissões de carbono e o aumento da produtividade. Mercados internacionais, especialmente na Europa, têm incentivado a adoção desses sistemas devido à crescente demanda por produtos agropecuários com baixa ou zero emissão de carbono. Essa tendência destaca a ILPF como uma potencial vantagem competitiva para o Brasil no mercado global.
Além disso, o mercado gourmet de carne bovina e produtos lácteos está em plena expansão, impulsionado por mudanças no comportamento dos consumidores e inovações nos setores. Entre as tendências, destacam-se a busca por qualidade superior, produtos artesanais, sustentabilidade e personalização. A crescente demanda por alimentos premium reflete uma sofisticação e uma maior consciência dos consumidores em relação à origem e qualidade dos produtos, criando novas oportunidades tanto no mercado interno quanto no externo. Essa evolução também estimula investimentos em rastreabilidade e práticas sustentáveis para atender a consumidores exigentes.
A pressão por práticas ambientais mais responsáveis continuará a crescer. A agenda ESG (ambiental, social e governança) será crucial, tanto para acesso a mercados quanto para atrair investimentos. As adaptações necessárias incluem a redução das emissões de gases de efeito estufa, a eficiência no uso de água e energia e o manejo sustentável do solo.
É interessante reforçar que o Brasil será palco em 2025 da COP 30 (Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima). Este evento é uma continuação das discussões globais sobre a mudança climática, reunindo representantes de países, organizações não governamentais e líderes da sociedade civil para abordar questões relacionadas à mitigação, adaptação e financiamento das ações climáticas. O evento será uma oportunidade crucial para impulsionar a agenda de sustentabilidade, com foco na preservação da biodiversidade, proteção das florestas e promoção de práticas sustentáveis em setores como agricultura e energia.
Os desafios que se apresentam para 2025 incluem a volatilidade climática e a necessidade de mão de obra qualificada no campo. O alto custo de produção e a competição internacional também são pontos de atenção. Entretanto, o setor tem oportunidades significativas de diferenciação por meio da inovação e sustentabilidade.
Enquanto 2024 apresentou sinais de recuperação e ajustes, 2025 traz perspectivas otimistas, mas exigirá estratégias sólidas. A integração de tecnologias avançadas, o foco em sustentabilidade e a capacidade de adaptação às demandas do mercado internacional serão fatores determinantes para o sucesso da pecuária brasileira.
À medida que a pecuária brasileira avança para um futuro mais sustentável e inovador, a Casale se posiciona como uma verdadeira aliada dos pecuaristas. Nossas tecnologias ajudam a transformar desafios em oportunidades, promovendo uma produção de qualidade e sustentável.
Desejamos a todos um fim de ano repleto de alegrias e conquistas! Que 2025 traga novas oportunidades para a evolução do setor agropecuário, e que possamos continuar juntos nessa jornada, impulsionando a inovação do setor com as melhores soluções da Casale. Boas festas!