De acordo com a maioria dos estudos analisados, a mais importante medida preventiva para a acidose ruminal é o controle da dieta dos animais.
No dia 09 deste mês de setembro comemoramos o Dia do Médico Veterinário, e já não é novidade que diariamente surgem novos caminhos para a atuação desses profissionais.
Sabemos que a produção animal no Brasil se configura como um dos mais importantes segmentos econômicos e – nesse contexto – os médicos veterinários são peça-chave. Eles contribuem fortemente para a produção de proteínas de origem animal como fonte alimentar, a qualidade e segurança alimentar dos produtos destinados tanto ao mercado interno como externo, e questões relacionadas à saúde pública.
Devido às diversas variáveis na produção de proteína animal, como carne e leite, se torna fundamental que os médicos veterinários atuantes nesses setores, possuam um profundo conhecimento em nutrição animal, a fim de mitigar ou reduzir variáveis.
Uma nutrição adequada, com dieta balanceada, é essencial para maximizar o potencial do rebanho, aumentando o desempenho produtivo e reprodutivo, saúde e bem-estar dos animais.
Afunilando para a mistura da dieta fornecida no cocho dos animais, quando homogênea (o que auxilia na manutenção da estabilidade do pH ruminal), contribui com a redução na incidência de alterações digestivas e metabólicas decorrentes do consumo desequilibrado de alimentos e nutrientes.
E como iniciamos este texto citando os médicos veterinários, vamos destrinchar a acidose ruminal neste artigo já que o problema por muitas vezes tira (ou já tirou o sono!) desses profissionais.
Antes de tudo, vale lembrar que a acidose ruminal pode ser evitada a partir de boas práticas de manejo e do equilíbrio correto entre carboidratos fibrosos e não-fibrosos na dieta. Ela é mais comum em rebanhos principalmente em situações onde há falhas relacionadas à nutrição, como por exemplo, quando há um fornecimento incorreto de grãos ou outros carboidratos não-fibrosos que fermentam rapidamente no rúmen.
Acidose ruminal: o que ela causa no animal na prática?
Em casos leves, o gado sente desconforto e provavelmente apresentará diarreia de cor verde-acinzentada e textura pastosa. Em parte deles, a quantidade de ácido produzido no rúmen é pequena, os animais apenas deixam de comer por um ou dois dias e voltam a se alimentar em seguida. Mesmo assim, esse animal perde de 2 a 4 kg de peso vivo.
Nos casos mais graves, a desidratação é intensa, o animal costuma ficar deitado, o abdômen está acentuadamente distendido e o animal apresenta desconforto perceptível (gemidos e ranger de dentes). A diarreia é profusa e verde-amarelada e depois progride para aquosa, muitas vezes espumosa com odor pungente.
Quando acometidos por casos intensos, os bovinos param de comer e de andar, com parada de movimentação do rúmen, grande apatia, desidratação entre outros sintomas, o que eleva muito a chance deles irem a óbito. Caso este animal sobreviva, o mesmo poderá perder até 15 kg de peso vivo, pois apenas restabelece o apetite após 4 a 5 dias do início do quadro.
As consequências podem ainda ser notadas em 20% a 30% dos animais curados, como o desenvolvimento de laminite nos cascos, dificultando caminhar, inflamação na parede ruminal e abscessos hepáticos, o que diminui o ganho de peso e piora da conversão alimentar.
Assim como todas as doenças, a acidose traz prejuízos ao produtor. Na produção de leite, por exemplo, pesquisas apontam uma perda de até 2 litros/dia por vaca.
Acidose ruminal aguda e subaguda
O distúrbio metabólico pode se apresentar de maneira aguda ou subaguda. Neste último caso, a acidose é de difícil diagnóstico, pois o pH ruminal não baixa tanto quanto na acidose clínica e os sinais são quase imperceptíveis.
A diferença básica entre as formas aguda e subaguda é que durante a acidose ruminal aguda a depressão do pH é mais grave e os sinais clínicos mais proeminentes. A acidose ruminal aguda é comum em confinamentos de gado de corte, enquanto a subaguda é mais habitual em fazendas leiteiras.
Vale destacar que o rúmen bovino possui uma microflora em equilíbrio e bactérias e fungos que ajudam em seu funcionamento. Numa dieta rica em concentrado há maior produção de ácido propiônico, o qual é responsável pela produção de glicose. Quanto maior a concentração de ácido propiônico no rúmen, mais baixo fica o pH ruminal, além de haver predominância das bactérias gram-positivas (Streptococcus bovis) que são produtoras de ácido lático.
Por ser um distúrbio cada vez mais comum e diretamente associado a sistemas intensivos de produção, se faz essencial que o tema seja destrinchado e ajustes realizados no manejo nutricional visando evitar impactos negativos nos rebanhos.
Um produtor prevenido vale por dois!
De acordo com a maioria dos estudos analisados, a mais importante medida preventiva é o controle da dieta animal, evitando mudanças bruscas de alimentos fibrosos para altamente fermentáveis e, como dito anteriormente, garantir uma mistura de ração total eficiente.
Os animais e suas fezes devem ser monitorados com frequência para facilitar o reconhecimento precoce da acidose e limitar as perdas. Algumas medidas preventivas que podem ser tomadas são:
- Verificar a distribuição do tamanho das partículas da dieta. Uma distribuição apropriada de partículas de ração pequenas e grandes resultará em um comportamento alimentar menos seletivo e em um pH ruminal mais estável;
- Providenciar espaço suficiente na pista de alimentação, evitando competição alimentar e o consumo de grandes refeições;
- Evitar a mistura excessiva da ração total misturada (geralmente de 3 a 5 minutos após a adição do último ingrediente). A mistura excessiva pode diminuir a estrutura da ração, dependendo do sistema de mistura do equipamento;
- Oferecer a dieta com maior frequência para incentivar refeições pequenas e frequentes evitando flutuações no pH ruminal;
- Evitar mudanças abruptas nas dietas;
- Realizar adaptação dos animais que irão desfrutar de uma dieta rica em concentrados;
- Fazer uso de tamponantes e aditivos como leveduras e ionóforos.
Pensando nos pontos citados neste texto, acreditando sempre no futuro da pecuária brasileira e com toda a sua experiência de 59 anos, a Casale não mede esforços para trabalhar em prol de uma produção animal mais eficiente reduzindo possíveis danos.
Por meio de pesquisas e desenvolvimento de tecnologias para resultados superiores no campo, disponibiliza ao mercado um portfólio com variados sistemas de misturas, que atendem todos os tipos de dietas e objetivos produtivos.
Vale lembrar que para cada tipo de dieta há um tipo de sistema de mistura ideal e a escolha da máquina dependerá por exemplo dos ingredientes que a compõem. É importante essa análise para que os produtores evitem distúrbios e enfermidades ao seu rebanho.
A Casale aproveita a ocasião para parabenizar a todos os médicos veterinários pela incrível profissão e tudo o que representam para a sociedade!
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