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Recria intensiva contribui para uma pecuária mais inteligente

22/05/2024 | Blog | 0 Comentários

A fase de recria é fundamental já que reflete diretamente na rentabilidade e sustentabilidade da fazenda. 

A rentabilidade da pecuária de corte enfrenta um cenário cada vez mais desafiador. As margens estreitas exigem dos produtores soluções inovadoras para impulsionar a produtividade e garantir a sustentabilidade do negócio. 

A criação intensiva de bovinos de corte permite que a produção em menor espaço, e que mais animais entrem na fase de engorda em menos tempo, aumentando a oferta de animais e alimento ao consumidor final. Vale lembrar que o tempo gasto na criação de animais pode ser  considerado um importante gargalo para as fazendas. Sendo assim, desenvolver estratégias para aumentar a eficiência do sistema de produção e a lucratividade desta etapa é fundamental para a bovinocultura de corte

A parte positiva de tudo isso é que há um leque de oportunidades para quem busca otimizar seus processos e alcançar novos patamares de produção. Nesse contexto, a adoção de tecnologias disruptivas no campo se torna crucial para o sucesso da pecuária moderna

Uma alternativa que vem revolucionando a história de muitas fazendas é a recria intensiva de gado de corte, método que tem se mostrado eficaz na redução do ciclo de produção de carne, além de auxiliar na redução da emissão de gases do efeito estufa (GEE)

Vamos relembrar os principais objetivos da fase de recria? 

O principal objetivo da fase de recria é desenvolver o animal para que ele possa expressar ao máximo o seu potencial genético, com a estrutura e ganho de peso em menor tempo possível. 

A fase da recria começa após o desmame dos bezerros e é muito importante, pois caso o desenvolvimento não seja bem manejado o processo de engorda ficará prejudicado. Ou seja, o bom desenvolvimento dos animais depende dos cuidados e da alimentação fornecida durante esta fase. Normalmente é considerado como recria o tempo em que os animais saem de 210 kg ou 7@ até 420 kg ou 14@ dentro de um período variado de meses dependendo da estratégia de cada propriedade e o nível de intensificação. 

Essa métrica da recria sendo de 7 a 14@ serve como balizamento, mas é muito comum encontrar sistemas que trabalham e consideram pesos diferentes para essa fase, principalmente, em propriedades mais intensivas, onde o ganho ao longo da recria é maior, tanto à desmama quanto na entrada dos animais na fase de engorda, seja ela a pasto ou em confinamento 

Recria intensiva a pasto ou em confinamento

Não é novidade que dentro da porteira são diversos os fatores que pressionam a pecuária, por exemplo: o ágio da reposição que incentiva o abate precoce dos animais mais pesados; os próprios custos de produção em manter os animais na fazenda; a preferência do mercado por animais jovens e com excelência no acabamento de carcaça, entre outros. 

E o que essas situações têm em comum? Todas exigem eficiência no processo produtivo dos animais. Diante desse cenário, a intensificação da recria mais uma vez se apresenta como uma estratégia para otimizar resultados. 

Na recria intensiva, os animais são criados em sistemas que otimizam o seu desenvolvimento, garantindo um crescimento mais rápido e eficiente. Isso reduz o tempo necessário para que o animal atinja o peso ideal para o abate, o que consequentemente reduz o ciclo de produção da carne bovina. 

Ao avaliarmos as melhores opções para a recria do gado, torna-se crucial compreendermos as características de cada sistema produtivo e a sua compatibilidade com as necessidades de cada fazenda. 

A recria confinada oferece a vantagem de liberar pastagens e permitir um controle mais preciso do ganho de peso (seguindo o conceito de dieta total). A opção exige uma estrutura incluindo currais, vagões e mão de obra especializada. Além disso, suplementação com volumoso, adaptação dos animais ao novo ambiente e, em alguns casos, um plano nutricional estratégico para o retorno dos animais ao pasto.

Na recria intensiva a pasto (RIP) o animal fica em pastejo e deve receber de 0,5 a 1,0% do peso vivo em ração, demandando uma menor estrutura. Nesse sistema o animal necessita de maior quantidade de concentrado, porém não precisará se readaptar ao retorno ao pasto. 

Um levantamento realizado em 10 fazendas constatou ganhos de 650 g a 1,0 kg/cab/dia na RIP, mesmo sob lotações altas (4 a 6 UA/ha no período das águas). Nessa pesquisa, os animais desmamados foram colocados em pastos de melhor qualidade, recebendo suplemento proteico energético, o que contribuiu para o aumento da taxa de lotação. 

Os animais receberam uma suplementação balanceada contendo de 20% a 23% de proteína bruta, de forma a respeitar a curva de crescimento e evitar a deposição antecipada de gordura. O consumo girou em torno de 0,3% a 0,5% do peso vivo, ou seja um animal em recria, de 320 kg de peso vivo, teve um consumo diário de suplemento em torno de 960 gramas por dia. 

Ainda sobre o aumento da taxa de lotação por unidade animal (UA), com um rebanho mais leve, o sistema acaba suportando em torno de 28% mais animais na mesma área. Lembrando que no Brasil grande parte da recria é realizada em sistema tradicional com períodos de aproximadamente 30 meses e baixa taxa de lotação por hectare (UA/ha). 

Mitigação dos GEE

Assim, por diversas razões, a recria intensiva acaba contribuindo para a redução das emissões de GEE de diversas maneiras: 

  • Menor tempo de produção: ao reduzir o ciclo produtivo, se reduz a emissão de metano;
  • Maior eficiência alimentar: a dieta de alta qualidade e o manejo eficiente garantem que os animais utilizem os nutrientes de forma mais eficiente, reduzindo a quantidade de alimentos desperdiçados e, consequentemente, as emissões de GEE relacionadas à produção de alimentos;
  • Melhor gestão de pastagens: a otimização do tempo de pastagem dos animais contribui para a preservação da mesma e para a redução das emissões de GEE provenientes da degradação do solo.

Assim, a recria intensiva na produção de gado de corte se apresenta como uma alternativa interessante, estratégica e sustentável para a produção de carne bovina. Ao reduzir o ciclo produtivo e minimizar as emissões de gases do efeito estufa, essa prática contribui para a eficiência da produção, a qualidade da carne e a preservação do meio ambiente.

Acreditando no futuro da pecuária brasileira e com toda a sua experiência de 60 anos, a Casale não mede esforços para trabalhar em prol de uma produção animal mais eficiente, sustentável e que seja o braço direito dos pecuaristas

Por meio de pesquisas e desenvolvimento de tecnologias para resultados superiores no campo, disponibiliza ao mercado um portfólio com variados sistemas de misturas, que atendem todos os tipos de dietas e objetivos produtivos, em todos os períodos do ano. Vale lembrar que para cada tipo de dieta há um tipo de sistema de mistura ideal e a escolha da máquina dependerá por exemplo dos ingredientes que a compõem. 

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