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Desvendando os segredos do silo para uma abertura segura e eficiente

13/05/2024 | Blog | 0 Comentários

A silagem é um alimento valioso, mas a abertura do silo exige manejo correto para garantir qualidade e segurança alimentar para o gado. 

Com a chegada do inverno, a silagem se torna uma excelente opção para o gado, fornecendo nutrientes essenciais durante a escassez de alimentos. Mas abrir o silo e utilizá-lo de forma correta exige atenção e alguns cuidados básicos para garantir a qualidade do alimento e o bem-estar animal.

Vamos relembrar?

A silagem é o resultado da fermentação anaeróbica dos açúcares solúveis em água e sua conversão em ácido lático. É um alimento dinâmico (pode ser feito de milho, sorgo, cana-de-açúcar e até capim), nunca estático e que piora, consideravelmente, em determinadas circunstâncias. 

Segundo pesquisadores da Embrapa (Embrapa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), muitos produtores se preocupam somente no momento de encher o silo, porém, por ser um material frágil, as outras etapas merecem atenção. 

Por exemplo, do momento que o silo é aberto até a sua utilização, pode ocorrer deterioração e por isso são necessários cuidados para servir aos animais um alimento de qualidade, que não sofra rejeição e que não tenha perdido o valor nutritivo. Nessa etapa algumas precauções são indispensáveis, do contrário, todo o trabalho executado anteriormente poderá ficar comprometido.

Abrir o silo é uma ação tão delicada quanto a própria fermentação, pois é neste momento que a silagem se expõe a elementos climáticos e microbianos, sendo prejudicial para a sua matéria-seca (MS). 

1) E quais cuidados tomar na abertura do silo?

  • Momento certo de abrir o silo: chave para evitar perdas e garantir qualidade

Perder a silagem por abrir o silo cedo demais é um erro custoso. Essa prática não só leva à diminuição do consumo por parte dos animais, como também prejudica a qualidade da nutrição e aumenta o risco de toxinas perigosas. Para evitar esse problema, é fundamental ter paciência e esperar o tempo ideal de fermentação, que varia de acordo com o tipo de forragem. 

Silagens de milho e sorgo normalmente necessitam de 30 dias, devido ao alto teor de carboidratos solúveis que facilitam o processo de fermentação. Já as silagens de capim, exigem em média 40 dias de fermentação devido à menor concentração de carboidratos solúveis. 

Abrir antes do tempo pode acarretar em perdas, já que a silagem pode apodrecer e se tornar imprópria para o consumo. Além disso, os animais deixam de ingerir nutrientes necessários e há riscos que – com a fermentação indesejável – ocorra a formação de toxinas, causando problemas de intoxicação, fato que interfere na saúde do rebanho. 

2) Avaliação da qualidade da silagem

A avaliação feita no momento da abertura tem o objetivo de verificar como ocorreu o processo de fermentação da silagem. Ela baseia-se principalmente na aparência, no odor e na temperatura da silagem e é importante, pois identificará a necessidade de descartar ou não partes da mesma.

A cor da silagem de milho deve estar verde clara ou amarelada. Já nas de sorgo ela é mais amarronzada e nas de capim varia entre o verde escuro e o amarronzado. A ocorrência de manchas escuras pode indicar alterações na fermentação decorrente da contaminação por ar, água ou má compactação. É comum observar alterações de cor na silagem próxima às paredes do silo, principalmente quando as paredes não são revestidas, o que permite a passagem de umidade.

Vale lembrar que é importante o descarte de materiais fora do padrão. Massa com cor alterada, escura ou esbranquiçada, mofada, encharcada e com odor adverso é dispensada para consumo. Esse descarte de preferência deve ocorrer em uma esterqueira para ser, posteriormente, incorporado ao solo como matéria orgânica. 

Monitorar a MS deve ser uma prática semanal e a sugestão é amostrar de oito a dez pontos da superfície do silo, homogeneizá-los somando 500 gramas e, em subamostras de 100 gramas, secar para se obter a porcentagem de MS (esta, que pode variar entre 25% e 35%). 

O investimento em silagem é alto e espera-se uma garantia no desempenho dos animais, seja em litros produzidos ou ganhos de peso por dia. A MS determina a quantidade de massa que o animal pode consumir. Ainda, a cada 20 dias, deve ser realizado o monitoramento da proteína. O nível dela define o desempenho tanto para lactação quanto para produção de carne e leite. A silagem flutua até 5% de proteína e é necessário esse acompanhamento. 

3) Evitar a exposição prolongada ao ar 

O principal desafio após a abertura do silo é o contato da silagem com o ar, que desencadeia novas fermentações e pode levar à deterioração da qualidade do alimento, principalmente na superfície, conhecida como “face do silo”.

Para garantir que os animais desfrutem de silagem fresca e nutritiva todos os dias, siga estas regras básicas de manejo:

  • Retirada mínima diária:
  • 15 cm por dia: retire pelo menos essa quantidade da “face do silo” todos os dias. Essa camada já esteve exposta ao ar por 24 horas e, se não for removida, continuará se deteriorando.
  • Planejamento é tudo: dimensione a “face do silo” de acordo com o consumo do seu rebanho. A quantidade de silagem em 15 cm de retirada deve ser consumida pelos animais em um único dia.
  • Nada de excessos:
  • Retirada sob medida: retire apenas a quantidade de silagem que será consumida no dia e apenas na hora de servi-la aos animais. A exposição ao ar após a abertura do silo acelera a deterioração e perda de valor nutritivo. Evite a prática de retirar silagem para vários dias, pois isso acelera a fermentação e diminui o valor nutritivo do alimento. Também, remova a silagem de cima para baixo, evitando desmoronamentos e descarte excessivo.
  • Sinais que não enganam: a silagem retirada no dia anterior terá temperatura mais alta e maior consumo com mais sobras no cocho, indicando perda de qualidade.
  • Fatias uniformes para um consumo homogêneo:
  • Corte preciso: retire sempre fatias verticais uniformes da “face do silo”. O objetivo de retirar dessa maneira é fazer com que a área de silagem exposta ao ar seja a mínima possível. A retirada sem ser em camadas verticais uniformes, ou seja, em degraus, sejam eles verticais ou horizontais, aumenta a área de exposição da silagem possibilitando aumento nas perdas.

Seguindo essas dicas simples, você garante silagem fresca e nutritiva todos os dias e os animais têm acesso a um alimento de alta qualidade, que contribui para a saúde dos mesmos, produtividade e bem-estar. Também, ao evitar a deterioração da silagem, o produtor diminui o desperdício e otimiza os seus recursos.

4) Atenção as dimensões do silo: planejamento inteligente

Construir o silo ideal de acordo com a propriedade não é apenas um capricho, é uma decisão estratégica. Planejar as dimensões corretas antes de iniciar a ensilagem garante a conservação adequada da silagem após a abertura, evitando desperdícios e otimizando a nutrição do rebanho.

O tamanho do silo deve ser proporcional à quantidade de silagem consumida pelo rebanho diariamente. Um silo grande demais para um rebanho pequeno, por exemplo, pode resultar em desperdício. 

Um outro ponto importante é proteger a silagem do sol e da chuva. Assim que terminar de retirar a silagem coloque a lona plástica para protegê-la da chuva e da incidência direta do sol.  O sol acelera o processo de respiração das bactérias e desidrata o volumoso, impactando na palatabilidade. A chuva lava os nutrientes solúveis, deixando somente fibra. A proteção não deve abafar, reverter o processo.

5) Boa mistura da dieta oferecida: fechando com chave de ouro

Por último, em busca do maior potencial nutritivo e mirando a melhoria no desempenho dos animais e viabilidade econômica dos sistemas produtivos de carne e leite, é intrínseco o foco em uma correta mistura da ração. Isso porque se misturadores não forem capazes de realizar uma homogeneização eficiente, fica difícil garantir que todos os animais consumam as mesmas proporções dos alimentos. Assim, de nada adiantaria o produtor se “debruçar” na produção e condução de uma boa silagem se o alimento não é oferecido adequadamente ao rebanho. 

Um processo de mistura rápido e eficiente minimiza o tempo de exposição da silagem ao ar, reduzindo a oxidação e o desperdício, preservando a sua qualidade nutricional. 

É por isso que a Casale pesquisa e desenvolve tecnologias para resultados superiores no campo, disponibilizando ao mercado uma gama de sistemas de misturas que atenda todos os perfis de produtores.  Vale lembrar que para cada tipo de dieta há um tipo de sistema de mistura ideal e a escolha da máquina dependerá por exemplo dos ingredientes que a compõem.  

Além disso, oferece hoje ao mercado duas opções de colhedoras de forragem de área total, a CRC-AP e a CFC-Super.  Elas proporcionam alta produção na realização do corte da forragem, sem dilacerar o caule do capim, facilitando e aumentando a qualidade da rebrota. Conheça mais sobre a CRC-AP, equipamento apropriado para o corte de sua silagem.

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