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Carne de excelência começa no campo: o impacto do manejo pré-abate

18/03/2025 | Blog | 0 Comentários

A qualidade da carne bovina começa muito antes do abate. Boas práticas de manejo reduzem o estresse animal e evitam perdas econômicas. Saiba como otimizar cada etapa, do transporte à alimentação.

A demanda por carne bovina de alta qualidade nunca esteve tão em evidência no Brasil. Consumidores estão cada vez mais exigentes, buscando cortes mais macios, suculentos e com melhor marmoreio. E a demanda por qualidade vai até além, hoje o consumidor deseja saber até a história do produtor que está por trás daquela qualidade. Mercados internacionais e grandes redes varejistas impõem padrões rigorosos de qualidade e bem-estar animal, tornando o manejo pré-abate um fator estratégico para a pecuária moderna. Atender a esses critérios não só agrega valor ao produto final, mas também melhora a eficiência da produção e reduz perdas ao longo da cadeia produtiva.

A qualidade da carne bovina é influenciada por diversos fatores ao longo da cadeia produtiva, mas um dos momentos mais críticos é o manejo pré-abate. Estudos recentes indicam que essa etapa pode definir atributos como maciez, suculência e sabor da carne. Neste artigo, exploramos como boas práticas de manejo reduzem o estresse animal e garantem uma carne de alta qualidade.

  1. Manejo pré-abate: o que é e por que importa?

O manejo pré-abate compreende todas as práticas realizadas desde o fim da alimentação até o momento do abate, incluindo jejum, embarque, transporte e descanso no frigorífico. 

Carne de bovinos submetidos a um manejo inadequado tendem a apresentar interferências negativas no pH, este, que é um indicador importante da sua qualidade e está diretamente relacionado ao processo de produção e manipulação da carne após o abate. Um pH elevado (acima do ideal de 5,5 a 5,8) pode afetar negativamente a qualidade da carne de várias maneiras:

  1. Deterioração da textura: após o abate, a carne passa por um processo de rigor mortis, onde o pH diminui naturalmente devido à acidificação dos músculos. Se o pH não diminui adequadamente (por exemplo, se permanecer elevado), isso pode resultar em uma textura mais dura e menos suculenta.

  2. Perda de água: a carne com pH elevado tende a reter mais água, o que pode levar à formação de uma carne menos suculenta e mais seca. Esse fenômeno é conhecido como “carne seca” e é menos atraente para os consumidores.

  3. Cor e aparência: o pH elevado pode afetar a cor da carne, tornando-a menos atraente. A carne com pH elevado pode ter uma coloração mais pálida ou até mesmo mais escura, o que pode prejudicar sua apresentação no mercado.

  4. Propriedades de sabor: a acidez da carne influencia o desenvolvimento de compostos de sabor. Um pH elevado pode resultar em uma carne com sabores menos agradáveis e menos complexos, o que pode desagradar os consumidores.

  5. Vida útil: a carne com pH elevado é mais suscetível ao crescimento de microrganismos, o que pode encurtar sua vida útil e aumentar o risco de deterioração. Isso pode levar a perdas econômicas significativas para os produtores e varejistas.

Assim, fica evidente que práticas inadequadas podem resultar em perdas econômicas significativas devido à desvalorização das carcaças.

  1. Estresse pré-abate e seus impactos na carne

O estresse é um dos maiores vilões da qualidade da carne. O aumento dos níveis de cortisol e adrenalina pode levar a duas condições indesejáveis:

  • DFD (dark, firm, dry): carne escura, firme e seca, resultante do esgotamento do glicogênio muscular antes do abate. Isso ocorre principalmente em animais expostos a jejum prolongado, transporte estressante ou manuseio agressivo.

  • PSE (pale, soft, exudative): carne pálida, mole e exsudativa, geralmente associada a estresse agudo antes do abate, causando uma queda bruscado pH muscular. Embora mais comum em suínos, pode ocorrer em bovinos sob condições extremas.

Pesquisas recentes (Gonzalez et al., 2023) apontam que transportes superiores a 6 horas, sem descanso adequado, aumentam em 35% a incidência de carne DFD. Assim, minimizar o estresse em todas as etapas do manejo é essencial para manter a qualidade da carne.

  1. Alimentação pré-abate: um fator determinante

A nutrição tem impacto direto na qualidade da carne, especialmente no metabolismo muscular. Bovinos terminados com dietas ricas em grãos apresentam maiores reservas de glicogênio, o que garante uma queda de pH adequada após o abate, melhorando a cor e maciez da carne. 

Um estudo de Wang et al. (2023) demonstrou que dietas contendo milho e cevada aumentaram em 20% a infiltração de gordura intramuscular, favorecendo a suculência e o sabor da carne.

Os misturadores de ração total desempenham um papel essencial nesse processo. Eles garantem uma mistura homogênea dos ingredientes, promovendo uma ingestão uniforme de nutrientes pelos animais. Isso resulta em um crescimento mais equilibrado e na melhoria da qualidade da carcaça.

  1. Transporte e bem-estar animal

O transporte é uma das etapas mais críticas do manejo pré-abate. Fatores como tempo de viagem, densidade animal e condições do veículo influenciam diretamente o estresse dos bovinos. 

Segundo Hemsworth & Coleman (2023), a taxa de mortalidade em bovinos aumenta significativamente em viagens superiores a 12 horas sem paradas. O estudo também sugere que pausas para descanso e acesso à água reduzem o estresse térmico e melhoram a qualidade da carne. Além disso, a adaptação da alimentação antes do transporte pode minimizar impactos negativos. 

Bovinos que passaram por um período de alimentação balanceada e receberam dietas equilibradas apresentaram maior resistência ao estresse metabólico durante o transporte. O manejo adequado durante essa fase não apenas contribui para a saúde e bem-estar dos animais, mas também resulta em benefícios econômicos para os produtores. 

Animais menos estressados têm maior probabilidade de manter uma qualidade de carne superior, com melhor textura, sabor e aparência, o que pode influenciar diretamente a aceitação do produto no mercado. Portanto, é fundamental que os produtores adotem práticas eficazes de transporte, priorizando o bem-estar animal como uma estratégia essencial para garantir a qualidade da carne e o sucesso econômico na cadeia produtiva.

  1. Inovações tecnológicas para melhorar o manejo pré-abate

O uso de tecnologias avançadas tem sido um diferencial na redução do estresse pré-abate. Algumas das inovações incluem:

  • Monitoramento de biomarcadores: dispositivos de biossensores para monitorar níveis de cortisol e identificação precoce de estresse; 
  • Design aprimorado de currais e embarcadouros: ambientes com curvas suaves e materiais antiderrapantes diminuem acidentes e estresse; 
  • Automatização na alimentação: misturadores de ração total garantem uma dieta equilibrada, favorecendo o metabolismo e reduzindo o impacto do estresse nutricional.

Os misturadores de ração total também contribuem para o ajuste nutricional nos dias que antecedem o transporte, evitando perdas de peso excessivas e garantindo que os bovinos cheguem ao frigorífico com condições ideais de abate.

O manejo pré-abate é uma fase crítica que não deve ser subestimada na produção de carne de alta qualidade. Práticas adequadas de manejo, uma dieta bem formulada e o uso de tecnologias modernas, como os vagões misturadores de ração da Casale, são fundamentais para garantir que os animais estejam em condições ideais para o abate.

Para garantir a qualidade da sua produção, considere investir em soluções que otimizem a alimentação do seu rebanho. Conheça os vagões misturadores de ração da Casale e leve sua produção a um novo patamar.

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