Com o calor, manter a estabilidade das misturas torna-se um dos maiores desafios da nutrição de precisão. A deterioração acelera, ocorre redução de nutrientes e consumo, além de custos ocultos. Garantir frescor e uniformidade no verão depende diretamente de como a ração é misturada, fornecida e manejada.
O verão muda completamente a dinâmica da nutrição bovina. Temperaturas elevadas aceleram a deterioração da mistura, aumentam o risco de fermentação no cocho, reduzem a palatabilidade e, somado ao estresse térmico, derrubam ainda mais o consumo.
Inúmeras pesquisas vêm documentando esse fenômeno há décadas, mostrando que o calor não afeta apenas o conforto dos animais — mas também a qualidade, estabilidade e segurança da ração fornecida.
Neste artigo, vamos explorar como esse processo acontece, quais técnicas a ciência brasileira recomenda para prevenção e como os misturadores da Casale ajudam a transformar essas recomendações em resultados reais na fazenda.
- Por que o verão agrava a deterioração da ração? A ciência explica.
Diversos estudos da ESALQ/USP mostram que temperaturas acima de 30°C aceleram a atividade de leveduras e fungos presentes naturalmente na mistura. Esses micro-organismos consomem carboidratos solúveis e parte do ácido lático — processo que libera calor, eleva o pH e cria um ciclo de deterioração aeróbia.
Trabalhos conduzidos na Unesp, UFLA e UFV complementam essa visão: em ambientes quentes e úmidos, a mistura pode começar a perder estabilidade em menos de uma hora após a exposição ao oxigênio, especialmente quando há falhas de uniformidade ou pontos com umidade irregular. Vitaminas, aminoácidos livres e compostos aromáticos — essenciais para palatabilidade — são os primeiros a se degradar.
A Embrapa reforça outro ponto importante: sob estresse térmico, as vacas naturalmente reduzem o consumo entre 10% e 25%. Se a ração esquenta, fermenta ou apresenta odor alterado, esse consumo já enfraquecido cai ainda mais. Ou seja: o controle de estabilidade no cocho é um manejo estratégico no verão.
- Entender o processo é o primeiro passo
Quando a mistura fica exposta no calor, três mecanismos acontecem simultaneamente:
- A) Respiração microbiana acelerada
Leveduras presentes nos ingredientes começam a metabolizar carboidratos, consumindo energia e liberando calor. Esse aquecimento favorece ainda mais o crescimento microbiano.
- B) Elevação do pH e quebra da estabilidade
Ao consumir ácido lático, o pH aumenta — e bolores filamentosos passam a se desenvolver rapidamente.
- C) Perda de palatabilidade e nutrientes sensíveis
Vitaminas hidrossolúveis, compostos de aroma e até carboidratos solúveis são degradados em ritmo mais acelerado quando a massa esquenta. A literatura científica brasileira converge no mesmo ponto: quanto maior a temperatura e o tempo de exposição, maior a perda de matéria seca, energia e estabilidade sanitária.
- E o que os pesquisadores recomendam na atualidade?
3.1. Misturar apenas o que será consumido em poucas horas
No calor, longos períodos de exposição não são toleráveis. Estudos registram aumento de temperatura e queda da estabilidade aeróbia entre 60 e 180 minutos. Por isso, o ideal é trabalhar com lotes menores e mais frequentes, evitando sobras.
3.2. Garantir alta uniformidade da mistura
Pesquisas de homogeneização realizadas na USP e Unesp mostram que misturas com baixa uniformidade apresentam “hotspots” — pontos com mais umidade ou mais concentrado — que se deterioram mais rápido. A uniformidade também determina a correta distribuição de aditivos, que são ainda mais importantes no calor.
3.3. Atenção ao tamanho de partícula
Tanto partículas muito finas quanto muito grandes aumentam o risco de segregação e criam microambientes favoráveis a micro-organismos. Trabalhos da UFLA e UFV reforçam que o equilíbrio na estrutura física da mistura melhora a estabilidade e o consumo.
3.4. Uso de aditivos comprovados
A literatura zootécnica e pesquisas da Embrapa mostram efeitos consistentes do uso de ácidos orgânicos (propiônico, fórmico, acético) e antioxidantes, principalmente no verão. O benefício desses aditivos depende diretamente da boa homogeneização, reforçando a importância de um vagão eficiente.
3.5. Fornecer nos horários mais frescos
A Embrapa recomenda concentrar o fornecimento no início da manhã e final da tarde. Nessas janelas, o consumo é maior e a deterioração é mais lenta.
3.6. Cocho limpo é ciência — não capricho!
Estudos da FMVZ-USP mostram que resíduos de dias anteriores contêm alta carga microbiana. Nova ração colocada sobre cocho sujo se deteriora mais rápido. No verão, isso se torna ainda mais crítico.
- O papel dos vagões forrageiros Casale: tecnologia que dá vida ao manejo correto
Para seguir as recomendações científicas acima, o uso de misturadores eficientes deixa de ser um detalhe e se torna o elo operacional entre teoria e prática.
Misturadores Casale — como Rotormix, Totalmix e Vertimix — foram projetados para enfrentar exatamente os desafios que o verão impõe à nutrição:
Mistura rápida → menos aquecimento
Ao reduzir o tempo de mistura, reduz-se também o tempo de exposição ao calor. A tecnologia dos vagões misturadores de ração da Casale aceleram esse processo sem comprometer a qualidade.
Uniformidade real → menos hotspots e fermentação
A engenharia de rotores e o desenho interno dos equipamentos permite atingir coeficientes de variação muito baixos, diminuindo pontos de deterioração precoce.
Capacidade modular → você produz o lote exato
No verão, lotes grandes são sinônimo de sobras. A arquitetura dos misturadores Casale permite tratos pequenos sem perda de eficiência — algo alinhado às recomendações de USP, Unesp e Embrapa.
Descarga eficiente → evita segregação
Segregação durante o descarregamento recria o problema dos hotspots. Os vagões misturadores Casale minimizam este efeito com sistemas que preservam a integridade física da mistura.
Em resumo: a ciência mostra o caminho; os misturadores Casale garantem que ele seja possível na rotina do campo.
O verão exige precisão. Misturas bem feitas, cochos limpos, fornecimento no horário adequado e uso inteligente de aditivos reduzem perdas e preservam consumo em um momento em que os animais já estão mais sensíveis ao clima.
A pesquisa brasileira fornece um conjunto sólido de recomendações. Já a Casale oferece a tecnologia que permite colocá-las em prática: misturadores rápidos, uniformes, moduláveis e consistentes — exatamente o que a estação mais quente do ano exige para manter a produtividade bovina em alta.
