O ano de 2023 marcou a trajetória do produtor de leite com baixa rentabilidade, influenciada por diversos fatores como:
- redução no preço pago pelo litro do leite (o declínio ocorreu inclusive na entressafra, momento no qual normalmente aumenta os valores ao produtor);
- importações de leite em pó com níveis históricos (fato que elevou a oferta do produto e reduziu os preços) e;
- baixo consumo de lácteos no mercado brasileiro nos primeiros meses do ano, o que contribuiu para a crise da atividade.
A queda da rentabilidade do produtor fez com que o crescimento no volume de produção também retrocedesse ao longo do ano. Essa realidade reforça a estagnação pela qual passa a oferta de leite no Brasil.
De acordo com pesquisadores, em 2024 as perspectivas são diferentes visto que já iniciamos o ano com menos leite no mercado e uma demanda em recuperação. Neste cenário, é esperada uma reação nos preços de leite mesmo ainda com desafios rondando o mercado, como o limite de subida de preços (ponto a partir do qual o consumo começa a recuar) e o cenário de importações do produto. Em suma, as condições levam a uma expectativa de expansão no consumo, o que sugere um mercado mais equilibrado neste ano.
Devido a essas circunstâncias, se observa a permanência na atividade de produtores preocupados cada vez mais com a eficiência das suas produções leiteiras, assim como, a busca constante por produtividade e qualidade. É interessante reforçar que quando falamos sobre qualidade, ela pode ser composicional (evidenciada pelos teores de gordura e proteína do leite) e microbiológica, representada pela baixa CCS (Contagem de Células Somáticas) e CPP (Contagem Padrão em Placas).
E por que falar sobre qualidade é tão importante em cenários desafiadores?
Quando se pensa no processamento dos derivados pela indústria, a qualidade do leite afeta o rendimento e o resultado final dos derivados, proporcionando um retorno viável aos laticínios. Não é à toa que o pagamento pela qualidade do leite aos produtores (e aqui se inclui a produção de sólidos totais) é um instrumento empregado por várias indústrias a fim de incentivá-los a aplicarem cuidados que resultem em melhorias constantes neste âmbito. Ainda, segundo agentes do setor, essa é uma tendência crescente e irreversível. Inclusive se acredita que os produtores de leite no Brasil serão cada vez mais bonificados pelos altos teores de gordura e proteína do leite e pela baixa CCS e pela baixa CPP.
Vale a reflexão de que essa bonificação recebida pelo produtor de leite acaba refletindo nas margens e nos resultados econômicos da atividade e isso está diretamente ligado ao poder de investimentos no sistema de produção e manutenção dos ganhos produtivos.
No campo, para a busca desses objetivos há o desafio da adoção de boas práticas de manejo, incluindo a nutrição dos animais. A alta ingestão de matéria seca e o desbalanço de energia/proteína leva ao aumento do metabolismo ruminal dos animais, com consequente aumento da produção de calor, fatores que refletem em problemas na manutenção de processos biológicos
Já as vacas que recebem uma dieta equilibrada e distribuída com homogeneidade no cocho tendem a ser mais saudáveis e passam a ser diferenciadas pela boa imunidade, o que as distanciam de doenças onerosas, como a mastite. Esta, além de interferir no bolso do produtor (pelo descarte de leite e uso de antibióticos em situações específicas) impacta na qualidade do leite fornecido, interferindo nas bonificações.
Cientistas apontam que formular dietas para vacas leiteiras com quantidades crescentes de forragens de qualidade na dieta e a inclusão correta, mas não excessiva, de amido degradável são cruciais para assegurar a saúde ruminal e otimizar a síntese de proteína microbiana. Por isso, ter em mente que o manejo nutricional é um dos principais responsáveis pela saúde dos animais e a consequente produção de um leite de qualidade e que atenda as demandas dos laticínios, é essencial.
Entender a situação de cada uma das etapas da cadeia produtiva, do campo ao mercado consumidor, é uma estratégia que auxilia na rota de onde a produção de leite deve se guiar. Por isso, é fundamental que o produtor amplie a sua visão para “calibrar” a sua produção a fim de ter melhores rendimentos pelo litro produzido e se manter na atividade com mais tranquilidade e sabedoria.
Pensando nos pontos citados neste texto, acreditando sempre no futuro da pecuária leiteira brasileira e com todo o seu know-how de – nada mais, nada menos – que quase 60 anos, a Casale não mede esforços para trabalhar em prol de uma produção de leite mais eficiente, rentável e produtiva.
A Casale pesquisa e desenvolve tecnologias para resultados superiores no campo, disponibilizando ao mercado uma gama de sistemas de misturas que atenda todos os perfis de produtores. Vale lembrar que para cada tipo de dieta há um tipo de sistema de mistura ideal e a escolha da máquina dependerá por exemplo dos ingredientes que a compõem. E para dúvidas e qualquer outra consideração, entre em contato com a nossa equipe de especialistas!