TIP: produtividade máxima, baixo custo e sustentabilidade real. Uma estratégia híbrida que une o melhor do confinamento e do pasto. Mais ganho por hectare, mais retorno para o pecuarista.
A pecuária de corte moderna está em busca de equilíbrio entre rentabilidade e responsabilidade ambiental. Nesse cenário, a terminação intensiva a pasto (TIP) surge como uma estratégia híbrida inteligente, que combina os melhores aspectos do confinamento e do pastejo — e tem ganhado cada vez mais destaque no Brasil.
De 2019 a 2023, o uso da TIP cresceu impressionantes 306%, representando 16,9% das cabeças terminadas, segundo dados do Relatório de Confinamento 2023, da empresa Ponta, com base em mais de 5 milhões de cabeças monitoradas.
Essa evolução reflete benefícios claros para os produtores, que enxergam na TIP uma forma de otimizar o ganho por hectare sem grandes investimentos estruturais. A técnica combina o manejo do pasto com a suplementação – ofertando de 1% a 2% do peso vivo em concentrado diário – para elevar a taxa de lotação e melhorar o acabamento da carcaça.
Desempenho produtivo e conversão eficiente
O sucesso da TIP está diretamente ligado à eficiência na conversão alimentar e ao desempenho produtivo dos animais. Estudos conduzidos pela Embrapa Gado de Corte, em Campo Grande (MS), demonstraram que, ao fornecer cerca de 8 kg de ração por dia — equivalente a aproximadamente 2% do peso vivo dos animais — é possível alcançar ganhos de carcaça entre 600 a 900 g/dia durante um período de 90 dias. Esse desempenho é resultado de um manejo nutricional estratégico, que visa otimizar a utilização dos nutrientes e maximizar o ganho de peso dos bovinos.
Além disso, a pesquisa evidenciou que 75% do ganho em peso vivo é convertido em carcaça, o que representa uma alta eficiência na conversão alimentar. Essa taxa de conversão é um indicador importante da eficácia do sistema, pois reflete a capacidade dos animais em transformar a alimentação recebida em massa muscular, com menor acúmulo de gordura, o que é desejável em vários segmentos de mercado.
Para alcançar esses resultados, vale a pena lembrar que é fundamental adotar práticas de manejo que assegurem a saúde e o bem-estar dos animais, como o fornecimento adequado de dieta balanceada, água limpa e fresca, além de instalações que permitam o livre acesso aos cochos e bebedouros. O planejamento alimentar deve considerar as necessidades nutricionais específicas de cada grupo de animais, levando em conta fatores como idade, peso e condição corporal, garantindo um desempenho ótimo e sustentável no sistema de TIP.
Resiliência na estiagem e manejo adaptado
A TIP se destaca especialmente durante a estiagem, período crítico para a pecuária brasileira. Conhecida como sistema “verde-amarelo”, a TIP combina o uso de pastagens com suplementação nutricional estratégica, mantendo o desempenho do rebanho mesmo em condições adversas.
Confira abaixo algumas estratégias de manejo na estiagem:
- Diferimento de pastagens: reservar áreas de pastagem durante o período chuvoso para serem utilizadas na seca é uma prática eficaz. Essa técnica permite acumular forragem para ser utilizada quando a produção natural diminui. Estudos indicam que o diferimento pode ser vantajoso em sistemas com taxa de lotação inferior a 1,5 unidade animal por hectare/ano.
- Suplementação estratégica: durante a estiagem, as pastagens apresentam menor qualidade nutricional. A suplementação com volumosos como silagem, feno, e concentrados energéticos e proteicos, é essencial para manter o ganho de peso dos animais. A suplementação deve ser planejada de acordo com a disponibilidade de forragem e os objetivos de produção.
- Manejo de pastagem: técnicas como pastejo rotacionado e ajuste da carga animal são fundamentais para evitar o sobrepastejo e permitir a recuperação das pastagens. O pastejo rotacionado promove períodos de descanso para as plantas, melhorando a qualidade da forragem disponível.
- Infraestrutura adequada: garantir o fornecimento de água limpa e em quantidade suficiente é crucial durante a estiagem. Além disso, a oferta de sombra artificial pode reduzir o estresse térmico dos animais, melhorando seu desempenho.
Benefícios da TIP na estiagem. O que ela permite?
- Manutenção do desempenho: mesmo com a redução da qualidade das pastagens, os animais mantêm ganhos de peso adequados devido à suplementação estratégica.
- Redução de custos operacionais: comparada ao confinamento tradicional, a TIP exige menor investimento em infraestrutura, tornando-se uma opção econômica durante a estiagem.
- Sustentabilidade: ao otimizar o uso das pastagens e reduzir a necessidade de áreas adicionais, a TIP contribui para a preservação ambiental.
Sustentabilidade e contribuição ao Plano ABC+
Muito além dos ganhos zootécnicos e econômicos, a TIP está diretamente ligada às metas globais de sustentabilidade e a agenda nacional de descarbonização da agropecuária. Ao permitir maior eficiência produtiva por hectare, a TIP reduz a necessidade de abertura de novas áreas de pastagem, contribuindo para a preservação de ecossistemas nativos e para o uso mais racional dos recursos naturais.
Outro ponto essencial é que, ao manejar corretamente o pastejo e oferecer suplementação estratégica, o sistema promove períodos de descanso para a forrageira, favorecendo a rebrota, o acúmulo de matéria orgânica e o sequestro de carbono no solo. Estudos recentes da Embrapa indicam que pastagens bem manejadas podem capturar, em média, entre 1,5 a 3 toneladas de CO₂ equivalente por hectare/ano, reforçando o papel da pecuária na mitigação das emissões.
Esse desempenho ambiental está totalmente alinhado ao Plano ABC+ (2020–2030), política pública brasileira que tem como meta ampliar em mais de 72 milhões de hectares as áreas com sistemas de produção sustentáveis até 2030, incluindo práticas como a intensificação de pastagens, integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e recuperação de áreas degradadas. Nesse cenário, a TIP se apresenta como uma tecnologia estratégica, pois associa produtividade, previsibilidade de abate e redução da pegada de carbono da carne bovina.
Além disso, ao antecipar a idade de abate e reduzir o tempo de permanência dos animais no sistema, a TIP contribui para diminuir a emissão de metano entérico por quilo de carne produzida. Em outras palavras, cada arroba entregue ao frigorífico carrega um menor impacto ambiental por unidade de produto, fortalecendo a imagem da carne brasileira frente aos mercados internacionais cada vez mais exigentes em critérios de rastreabilidade, sustentabilidade e neutralidade climática.
Nutrição balanceada e manejo técnico na TIP
O êxito da TIP está intrinsecamente ligado à qualidade da dieta fornecida aos bovinos e ao manejo técnico preciso adotado. A dieta ideal para a TIP deve conter entre 70% e 74% de nutrientes digestíveis totais (NDT) e 15% a 18% de proteína bruta (PB), com a inclusão de aditivos que aprimorem a eficiência ruminal e favoreçam a digestibilidade dos nutrientes.
O fornecimento da suplementação deve ser iniciado de forma gradual, com a oferta de 0,3% do peso corporal (PC) do animal, aumentando progressivamente até atingir 2,0% do PC. Essa adaptação gradual é essencial para evitar distúrbios metabólicos, como a acidose ruminal, que podem comprometer a saúde e o desempenho dos animais.
Em relação ao manejo das instalações, recomenda-se que os cochos tenham 40 a 60 cm de comprimento por animal, proporcionando espaço adequado para a ingestão da ração. Os bebedouros devem possuir vazão de 4 a 6 mil litros por hora, garantindo o fornecimento de água de qualidade e em quantidade suficiente para atender às necessidades dos bovinos.
Além disso, é fundamental que a distância entre os cochos e os bebedouros seja adequada, evitando o estresse dos animais e promovendo um ambiente propício para o consumo de ração e água.
Vantagens concretas para o pecuarista
O conjunto de benefícios da TIP é bastante atraente:
- triplicação da produtividade por hectare;
- abate precoce;
- maior previsibilidade na condução dos lotes;
- custos reduzidos em relação ao confinamento;
- bem-estar animal e;
- flexibilidade na gestão durante as estações do ano.
Tudo isso com menor investimento estrutural e uma pegada mais sustentável.
Assim, a TIP se consolida como uma alternativa estratégica para garantir maior eficiência, previsibilidade de abate e rentabilidade ao sistema de produção de bovinos de corte. Porém, para que todo esse potencial seja plenamente alcançado, é indispensável contar com soluções que assegurem o preparo adequado da dieta, mantendo a uniformidade, a qualidade e o equilíbrio nutricional da mistura oferecida aos animais.
É justamente nesse ponto que a Casale se torna parceira essencial do pecuarista moderno. Com tecnologia de ponta aplicada aos seus misturadores de ração, a empresa garante maior precisão, eficiência operacional e resultados consistentes dentro da porteira. Afinal, inovar na pecuária de forma sustentável, com qualidade e menor custo, é o compromisso que move a Casale e fortalece o negócio rumo ao futuro.
